Durante sua apresentação na live em comemoração ao Dia dos Povos Indígenas, nesta quinta-feira (17), o escritor e indigenista Edson Kayapó criticou a falta de políticas voltadas para a defesa dos povos originários e alertou sobre as ações violentas e o massacre que eles têm sofrido, diante da omissão do Estado e criação de leis que vão contra essa população, como a do Marco Temporal, para a delimitação das terras indígenas.
“Aqui nesse território onde eu estou, no sul da Bahia, em Porto Seguro, os pataxós continuam sendo caçados como animais de caça. Nas últimas semanas, vários pataxós foram assassinados. A terra do meu povo lá no Pará, do povo Kaypós, está sistematicamente sendo invadida por garimpeiros que exploram ouro dentro do rio. A mesma coisa acontece no território Yanomami. O racismo que não cessa, a desassistência do Estado brasileiro no campo educacional, de saúde, em todos os campos”, afirmou.
O encontro também contou com a participação do procurador do Estado do Amapá Henrique Holanda, que defendeu a implementação de um processo específico de seleção e a criação de instrumentos jurídicos para garantir a contratação de professores voltados para escolas indígenas; e da procuradora do Estado do Pará, com atuação na Secretaria de Povos Indígenas do estado, Roberta Carvalho, que abordou a importância de garantir o direito da consulta prévia dos indígenas na criação de políticas públicas que atendam com eficiência as comunidades.
A apresentação e direção foram realizadas pelas procuradoras do Estado da Bahia, Cristiane Guimarães, diretora de Direitos Humanos da Anape, e Cléia Costa, diretora-adjunta.
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