A direita e o direito à equidade racial

Foto: APEG

Nas páginas da nossa história, o Brasil tece sua saga social entre as cores da diversidade e as sombras da desigualdade. O Dia da Consciência Negra surge como uma pausa reflexiva, uma oportunidade para reavaliar, reconhecer e redirecionar nossos esforços para superar as barreiras que obstaculizam a verdadeira equidade racial.

A busca pela equidade racial não se restringe a uma só perspectiva ideológica. A Constituição de 1988 é clara ao defender o bem-estar de todos, sem distinções de origem, raça, cor ou quaisquer formas de discriminação.

O engajamento na causa da igualdade racial transcende as fronteiras da ideologia política. Historicamente, personalidades da direita também defenderam esse ideal, exemplificando que uma luta não é limitada a um único segmento político.

Personalidades internacionais, como Everett Dirksen e Richard Nixon, ambos republicanos, são provas vivas dessa participação multifacetada na promoção da igualdade racial. Everett Dirksen foi crucial para a aprovação do Civil Rights Act, de 1964, enquanto

Richard Nixon expandiu políticas de ação afirmativa. O caminhar político pendular é, por natureza, sujeito a variações e alternâncias, mas a equidade racial deve permanecer como um valor sólido e inalterável em nossa trajetória enquanto nação. Os princípios conservadores encontram um espaço de expressão valioso se alinhados com a promoção da igualdade racial e da justiça social.

Ao compartilhar minha jornada, do nascimento num hospital público e do estudo em escola pública às responsabilidades atuais como Procurador do Estado de Goiás, reforço a urgência de políticas afirmativas, como as cotas raciais, inclusive em concursos públicos. Elas representam mais do que mecanismos de reparação. Se traduzem em pilares para a construção de uma nova sociedade, mais justa e equitativamente representativa.

Concebermos uma sociedade onde as oportunidades estejam efetivamente ao alcance de todos é uma responsabilidade compartilhada. Os líderes e representantes de direita têm uma função notável nesse processo, assegurando que os princípios de liberdade e igualdade sejam mais do que meras palavras.

Não se conserta um país inteiro apenas com mais Estado Policial.

Ao reconhecermos que a equidade racial não é uma causa isolada, mas interligada com o alicerce de nossos princípios republicanos e democráticos, podemos abrir caminhos para uma sociedade mais igualitária, próspera e harmoniosa.

(Disclaimer: Antes que a Direita me ignore e a Esquerda me cancele, este texto busca apresentar uma perspectiva inclusiva e construtiva, evitando polarizações que possam obscurecer o objetivo comum de justiça social e igualdade racial. A magnitude e a gravidade da questão racial no Brasil são tamanhas que transcendem partidarismos, não devendo ser apropriada ou monopolizada por nenhum espectro político em particular).

Claudiney Rocha é procurador do Estado de Goiás e presidente da Associação dos Procuradores do Estado de Goiás (Apeg)

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