Os resultados da pesquisa Diagnóstico das Procuradorias-Gerais dos Estados e do Distrito Federal foram divulgados nesta 3ª feira (9/5), durante a reunião do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do DF (Anape). Os presidentes das associações estaduais conferiram, em primeira mão, a apresentação do relatório final do Diagnóstico.
Encomendada pela Anape, a pesquisa foi produzida com o objetivo de conhecer o perfil dos procuradores de Estado. O documento apresenta informações sobre a identidade, as condições de vida e trabalho, e o perfil demográfico desses profissionais. O levantamento contou com 797 respondentes e foi o primeiro realizado exclusivamente com procuradores estaduais.
O Presidente da Anape, Marcello Terto, acredita que esse será um grande legado para o fortalecimento institucional das PGEs e PGDF. "Legaremos um norte, uma direção para que os órgãos que organizam nossas carreiras possam superar a maior deficiência detectada no nosso diagnóstico: a falta de planejamento estratégico e da organização de serviços fundamentais para resultados ainda maiores nos nossos serviços", observa.
O 1º vice-presidente da Anape, Telmo Lemos Filho, afirma que o trabalho ultrapassa o limite das previsões e comprova a opinião de outros procuradores por meio da realização de um levantamento científico. Ele complementa dizendo que a pesquisa contribuirá com o desenho do futuro da entidade.
"É um trabalho que olha para frente. [Ele] vai além das discussões sobre reformas, leis e honorários, e nos possibilita planejar uma estrutura de trabalho. É um documento relevantíssimo que permite uma atuação com algo que nunca tivemos antes: material com qualidade técnica e validação científica. O texto mostra uma sinalização efetiva e verdadeira da visão dos nossos colegas procuradores", aponta. O procurador estadual acrescenta que os dados também permitirão à Anape atender melhor às necessidades das associações estaduais.
O diretor de filiação e convênios da Anape, Cláudio Cairo, explica que o diagnóstico poderá ser trabalhado durante as próximas gestões, tanto no âmbito nacional quanto regional. "As associações terão agora uma proposta de trabalho para o futuro, que funcionará como um norte. Espero que todos nós possamos fazer desse fruto um fruto maduro para ser trabalhado localmente. É o retrato mais fiel e atual da realidade da carreira de procurador do Estado. Não é empírico, é científico", salienta Cláudio.
O documento foi elaborado pelo instituto de psicologia clínica e organizacional Pysch e contou com o apoio do Instituto de Pesquisa Estatística Aplicada (Ipea) e do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (CNPGE).
Coordenador da pesquisa, o psicólogo organizacional Cristiano Costa afirma que o levantamento permite explorar, por exemplo, as percepções sobre o relacionamento dos procuradores com a própria Anape e demais organizações estaduais, além de mensurar os benefícios da representação associativa.
"Aplicamos um questionário amplo e minucioso, fruto de uma discussão abrangente e especializada sobre temas decisivos para a carreira. Com isso, foi possível perceber, por exemplo, que existem atores institucionais, como a Anape e outros órgãos, que guardam expectativas muito próprias da parte de cada um dos procuradores. O compromisso com a missão pública aos quais foram designados é também resultante do conhecimento sobre as contingências e contextos que interferem em seu trabalho", finaliza Cristiano.