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ANAPE no seminário 50 anos do Código Tributário Nacional

O Presidente da ANAPE, Marcello Terto, participou na quarta-feira (19/10), do seminário promovido pela Comissão Especial de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB, em Brasília, comemorativo aos 50 anos do Código Tributário Nacional. Ele foi o debatedor do último painel do dia que abordou: “50 anos do CTN e os Problemas na Cobrança da Dívida Tributária”, ao lado do Juíz Federal, Renato Lopes Becho, e do Procurador de Direito Tributário do CFOAB, Luiz Gustavo Bichara.
Terto alertou para a importância de avaliar os problemas na cobrança da dívida ativa como um todo. "Fico preocupado com análises parciais que não consideram o sistema tributário como um regime de garantias dos contribuintes e o processo de lançamento como um todo. Esses dilemas das dificuldades de caixa e da eficiência da recuperação de créditos exige visualizá-los em toda a sua dimensão, desde a ocorrência do fato gerador,  o lançamento, o contencioso administrativo, a inscrição na dívida ativa e a recuperação do crédito gerado, quando sonegado.  Não podemos considerar apenas uma ponta, a parte final do processo, e atribuir a ela todos os males, quando a má qualidade do crédito se forma desde a sua raiz.
Crer no milagre de que, privatizando a cobrança do crédito tributário,como se presume nos PL 3337/15, PLP 181/15 e PLS 204/16, não estaremos criando bolhas financeiras ou prejudicando a arrecadação futura dos tributos sobre a renda e o lucro, pode trazer consequências mais graves do que o problema atual de caixa do tesouro. Importante lembrar que as garantias constitucionais e legais do contribuinte têm um fundamento. É sobre ele que se deduz o conceito de tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Também sobre ele, a Constituição incumbe carreiras de Estado a sua cobrança. Trata-se de perspectiva importante da liberdade, porque ao particular se permite fazer tudo o que a lei não proíba; enquanto ao público só se admite fazer o que os princípios e as normas autorizam ou determinam. Imaginemos que o Estados possam até vender alguns dos seus ativos ou antecipar receitas, na forma da lei. Contudo, essa experiência não se legitima caso subverta o sistema e as suas garantias, tornando-se perpétua. Nisso todos os projetos relacionados estão equivocados."
Na solenidade de abertura o Presidente do CFOAB Cláudio Lamachia, reforçou nesta quarta-feira (19) a necessidade de uma profunda reforma tributária no país, na qual os impostos pagos pelos cidadãos se revertam em efetivas políticas públicas.
“Incomoda muito o sistema tributário que temos hoje, porque temos uma das maiores cargas de impostos do mundo, mas totalmente desalinhada. Deve haver uma urgente reforma, mais ajustada com Estados e municípios e menos concentrada na União. Advocacia precisa cerrar fileiras no tema da reforma tributária, para que haja reversão em políticas públicas efetivas”, afirmou Lamachia.
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Ao longo do dia, seis painéis abordaram os mais variados temas. Entre eles, OAB e o Constitucionalismo em Direito Tributário, a Gênese do CTN e sua Relevância para a Doutrina, as Debilidades do CTN após 50 anos de Excelentes Serviços Prestados e Normas Gerais de Direito Tributário, Eficiência Administrativa e Segurança do Contribuinte.
A Conferência Magna - 50 anos do CTN e a Relevância da Lei Complementar em Direito Tributário, contou com a participação do advogado tributarista Ives Gandra da Silva Martins sob a coordenação do Secretário-Geral Adjunto do CFOAB, Ibaneis Rocha.

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