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Nota de solidariedade aos procuradores do município de São Paulo

A Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do DF (ANAPE) vem a público se manifestar sobre os atos praticados pelos vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Ativa da Câmara Municipal de São Paulo, que, no último dia 06 de abril (quinta-feira), adentraram na sala de procuradores municipais acompanhados de equipe de filmagem e de guardas civis metropolitanos armados, sem serem convidados ou notificarem previamente sobre possíveis operação nas instalações do órgão responsável pela inteligência e cobrança de grandes devedores de tributos da Procuradoria Geral do Município de São Paulo.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que a Constituição Federal, ao outorgar poderes instrutórios das CPIs, convertidos na máxima "poderes de investigação próprios das autoridades judiciais", delimitou claramente "a natureza de suas atribuições institucionais, restringindo-as, unicamente, ao campo de indagação probatória, com absoluta exclusão de quaisquer outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera de competência dos magistrados e tribunais.
Desse modo, nem de longe, os parlamentares poderiam ignorar o previsto no artigo 7º, II, §§ 6º e 7º, da Lei Nacional nº 8.906/1994, que garante a inviolabilidade da repartição equivalente ao escritório ou local de trabalho de advogados, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática relativas ao exercício da advocacia, pondo em risco informações protegidas pelo sigilo fiscal e pelo interesse para a recuperação de créditos sonegados.
Cabe ressaltar que os procuradores municipais já prestaram inúmeras informações e continuam à disposição da CPI, de modo que é lamentável o uso político e a tentativa de colocar os advogados públicos municipais como adversários da transparência e da prestação de contas.
O ato em comento constitui atentado às prerrogativas dos advogados e, assim, também merece o mais incisivo repúdio. Nesse contexto, a Anape se solidariza com os Procuradores do Município de São Paulo, colocando-se à disposição para o que se fizer necessário em prol das prerrogativas da Advocacia Pública brasileira.

Brasília, 11 de abril de 2017.


Marcello Terto e Silva
Presidente da Anape

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