Momentos de muita emoção marcaram a tarde desta terça-feira (23), durante a entrega da medalha Esperança Garcia. A premiação foi concedida pela ANAPE para a Procuradora aposentada pelo Estado da Bahia Cléia Costa dos Santos, por toda sua atuação ao longo da sua carreira nas políticas públicas para redução da desigualdade racial.
Cléia recebeu das mãos do presidente da ANAPE, Vicente Braga, com a presença da segunda vice-presidente, Cristiane Guimarães, a medalha. “É uma honra para a ANAPE participar deste momento tão especial e poder fazer a entrega desta medalha para a Procuradora Cléia”, disse Braga, ressaltando a importância desse reconhecimento para aqueles que lutam em prol das questões raciais.
“O 47º CNPE, que tratou de direitos fundamentais no estado democrático, não poderia deixar de abordar uma das questões mais sensíveis, que muitos dos advogados públicos lidam na sua atividade diária, que é a luta pela igualdade social e o combate à discriminação racial. A procuradora agraciada com a Medalha Esperança Garcia, a primeira advogada negra ainda escrava, foi a colega Cléia dos Santos, que demonstrou na sua atividade diária na ativa, e agora, aposentada, a preocupação com o Estado igualitário e Políticas Públicas de combate efetivo da discriminação racial” , declarou Cristiane Guimarães.
Bastante emocionada, a Procuradora baiana agradeceu a honraria lembrando de toda a sua trajetória profissional e pessoal. “Esta medalha eu faço questão de estar com ela em todos os lugares”, declarou.
A Medalha Esperança Garcia, instituída pela ANAPE pela primeira vez em sua história, é destinada a agraciar procuradores e personalidades merecedoras do reconhecimento por relevantes e excepcionais serviços prestados à Advocacia Pública, especialmente no combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação, inclusive estruturais. O nome é uma homenagem a escrava Esperança Garcia, que foi reconhecida pela OAB/PI como a primeira advogada piauiense.
Natural de Salvador, Cléia Santos ingressou na Procuradoria-Geral do Estado (PGE) da Bahia em 1986, aos 23 anos, como uma das primeiras mulheres na ocupação do cargo. Dentre as suas contribuições na gestão das políticas afirmativas na Bahia estão a sua presença no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), até 2014, a participação na criação da Rede e do Estatuto de Promoção da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa da Bahia, e o assessoramento de comunidades quilombolas e povos de terreiro.