Em artigo publicado no site do jornal Estadão, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape), Vicente Braga, destacou a proposta aprovada pelo Senado Federal, no fim de 2024, que proíbe o uso de celulares nas escolas. “Vivemos tão acelerados, em uma era com tanto acontecendo ao mesmo tempo, que é fundamental pararmos para refletir sobre a importância dessa proposta para a infância do nosso presente e, consequentemente, para o futuro do país”, afirmou.
A medida não é novidade. Países como França, Espanha, Dinamarca, Holanda e outros já anunciaram projetos semelhantes. O Relatório Global de Monitoramento da Educação, organizado pela Unesco, mostra que pelo menos um em cada quatro países do mundo já implementou leis que proíbem ou restringem o uso de smartphones nas escolas.
Vicente ressaltou que, mesmo em um país democrático, em que a liberdade é um direito indiscutível, fazem-se necessárias medidas enérgicas. A tecnologia é uma ferramenta poderosa e imprescindível, mas seu uso indiscriminado tem causado impactos profundos, principalmente em crianças e adolescentes. O excesso de distrações digitais na escola compromete a concentração, a convivência social e a qualidade da aprendizagem.
“É importante destacar que a proposta não proíbe o uso pedagógico das tecnologias, mas traz limites claros e necessários para o ambiente escolar. É um equilíbrio que reconhece a relevância dos avanços tecnológicos, sem ignorar os prejuízos do uso desmedido”, lembrou.